Charge Novaes

O machista gay



Em português de Portugal, oh pá.
Dá para ter uma idéia do que as mulheres passam com a macharada.

O brilho de Bola Sete


Texto de Luis Nassif, publicado em Dezembro de 2006 em La Insignia

"No final dos anos 40 e a partir dos anos 50 houve enorme revoada de músicos brasileiros em direção aos Estados Unidos. A música brasileira havia sido descoberta pela missão Rockefeller, que abriria as portas para Carmen Miranda, Bando da Lua e Ary Barroso.

No início dos anos 50 foi a vez dos violonistas, puxados por Laurindo de Almeida e Luiz Bonfá. Nos anos 50 e 60 seguiram viagem monstros da música instrumental, como Moacir Santos, o gênio precoce de Eumir Deodato, o brilhante Sérgio Mendes, o violão sofisticadíssimo de Oscar Castro Neves, o violão mais clássico de Barbosa Lima, o ritmo original de Airto Moreira, as vozes de Astrud e João Gilberto.

Em geral, com maior ou menor intensidade chegaram ao Brasil os ecos do sucesso alcançado por esses pioneiros. Dois (ou seriam três) deles, no entanto, mereceram pouco reconhecimento por aqui. Um, o duo Índios Tabajara, dois cearenses violonistas que se apresentavam vestidos de índios, mudaram-se para o México, especializaram em gravar standards, especialmente boleros, e gozaram de sucesso mundial nos anos 60 e 70. Dia desses, consegui baixar no meu KaZaA uma das valsas venezuelanas de Antonio Lauro, com uma interpretação portentosa da dupla.

O outro é Bola Sete, Djalma Andrade, nascido a 12 de julho de 1923 no Rio de Janeiro e falecido em 13 de fevereiro de 1987. Quando o grande guitarrista mexicano Santana recebeu o seu "Grammy", e retornou ao centro do sucesso mundial, passou despercebida uma declaração dele, de que sua grande influência fora Bola Sete.De minha parte, tinha ouvido falar muito dele, como integrante do "cast" de violonistas da rádio Nacional, ao lado de Garoto, Manuel da Conceição, o Mão de Vaca, José Menezes e de um jovem aprendiz, de nome Baden Powell.

Nos anos 70 foi lançado um LP histórico, uma jóia rara que guardo em cofre forte, com João Pernambuco, o pai da escola de violão brasileiro, solando e sendo acompanhado por Bola Sete, fazendo uma "baixaria" inacreditável.

Quem me chamou a atenção para ele, muitos anos depois, foi meu amigo Patrick Ledoux, um executivo do Banco Francês e Brasileiro que se mudara para o Brasil atraído exclusivamente pela música brasileira. Patrick tinha todos os discos de Bola Sete lançados nos Estados Unidos. Aí, recebido o sinal de alerta, você apura o ouvido que nem índio apache deitado na bitola do trem, e fica esperando os sinais da chegada do som. E como vieram sons de Bola Sete.

Ao lado de antecessores, como o argentino Oscar Aleman, e de sucessores, como Paquito de Rivera, Bola Sete foi um dos criadores do jazz latino, a escola que logrou casar a sofisticação harmônica do jazz com o balanço e o estilo de improvisação do choro e dos ritmos do Caribe.

Bola Sete começou a tocar nas rodas de músicos na Praça Tiradentes. Aos 17 anos, passou uma temporada em Marília (SP) com o conjunto de Henricão -o extraordinário compositor de "Casinha da Marambaia". Sua carreira, de fato, começou em 1945, quando venceu um concurso de violão na rádio Transmissora (futura rádio Globo). Por três anos apresentou-se no programa "Trem da Alegria", no Teatro João Caetano, com Lamartine Babo, Iara Sales e Héber de Boscoli.

No final dos anos 40, adquiriu vida própria. Montou o "Bola Sete e seu Conjunto", que tinha como crooner Doloren Duran. Apresentavam-se nas históricas boates Drink e Vogue -esta, a mais famosa casa noturna da época, consumida pouco depois por um incêndio.

Em 1954 formou uma orquestra que correu América Latina e Espanha. Sua mudança para os Estados Unidos foi em 1959. Até 1962 apresentou-se para a rede de hotéis Sheareton.

A partir de 1960, Bolsa Sete começou a despejar choro nos gringos. Gravou o LP "Bola Sete", com "Um a Zero" (Pixinguinha e Benedito Lacerda) e "Império do samba" (Zé da Zilda e Zilda do Zé).

A partir daí, ninguém mais segurou Bola Sete. Tocou no conjunto de Dizzie Gillespie, esteve na noite da bossa nova, no Carnegie Hall, montou seu trio com os impecáveis Tião Neto no baixo, e Chico Batera na percussão. Deixou dez LPs gravados nos Estados Unidos, o mais procurado dos quais, com Vince Guaraldi.

Morreu como um dos ícones da música instrumental das duas maiores potências musicais do século."
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Pessoal, aqui vai o cd "Bola Sete and his New Brazilian Trio - Autêntico", lançado em 1966.

Baixe aqui ou clique na imagem.
Não achei para vender pela internet. Caso alguem conheça, deixe o linque em um comentário que eu posto aqui.

Paulo Henrique Amorim

Máximas e Mínimas 979

Em nenhuma democracia séria do mundo,

jornais conservadores, de baixa qualidade

técnica e até sensacionalistas, e uma única

rede de televisão têm a importância que têm

no Brasil. Eles se transformaram num partido

político – o PIG, Partido da Imprensa Golpista.

. O Presidente Lula foi a Quixadá, no Ceará, lançar o programa “Territórios da Cidadania”.

. Clique aqui para ler.

. E clique aqui para ler quanto o “Territórios da Cidadania” vai aplicar nas regiões mais pobres, de IDH mais baixo.

. O PIG deu curso, com entusiasmo, às multi-tentativas da oposição de detonar o “Territórios”.

. No Ceará, longe de Brasília e dos conchavos para compor as múltiplas CPIs da Tapioca (*), no meio do povo, o Presidente Lula pôde bater onde deve bater: na ideologia:

. A oposição brasileira faz oposição ao pobre (clique aqui para ler).

. Clique aqui para votar na enquête: FHC quer dar um “chega” a que ?

. O PFL, o PSDB e o PIG são contra o pobre – o resto é luar de Paquetá, diria Nelson Rodrigues.

. Na campanha do segundo turno, o Presidente Lula bateu em Alckmin com o martelo da ideologia, e ganhou fácil (contra Serra e contra Alckmin, Lula venceu por 61% a 39%).

. No Ceará, Lula falou o que deveria ter dito há muito tempo: que a oposição, liderada pelo Farol, extinguiu CPMF para não deixar o Governo gastar dinheiro com o pobre – e nunca mais a oposição voltaria ao poder.

. No Ceará, Lula avisou ao povo que o PFL e o PSDB são contra o “Territórios”, porque são contra o povo.

. A propósito, vale a pena ler o artigo de Maria Inês Nassif, no Valor de ontem, quinta-feira, dia 28, sobre as virtudes do “Territórios” como programa de combate à pobreza (clique aqui – apenas para assinantes do Valor).

. Uma das críticas que se faz ao Governo Lula e ao PT é que eles “despolitizaram” o debate político brasileiro.

. Enquanto a oposição politizou e foi para o golpe, com a ajuda do PIG, o Governo desidratou a discussão, para não ser acusado de “esquerdista” e assustar o mercado.

. Era essa a “ideologia” do Ministro Palocci, que ficou tão amigo do mercado que foi para casa mais cedo ...

. Uma das maneiras de evitar que a oposição e o PIG empurrem o Governo contra as cordas é mandar o Presidente Lula a Quixadá: e chamar a oposição de oposição ao pobre.

. O Presidente Lula tem que fazer o que os trabalhistas dos bons tempos fizeram com os udenistas do Brigadeiro Eduardo Gomes: colocaram na testa deles o apelido de “marmiteiros”...

. Ou, como diria a inesquecível Evita Perón, chamá-los de “oligarcas de mierda” ...

(*) As múltiplas CPIs da Tapioca vão investigar a Tapioca do Serra ? As múltiplas CPIs da Tapioca vão investigar a Tapioca do FHC ? As múltiplas CPIs da Tapioca vão chamar a chef que cozinhava para o Tartufo, no Alvorada ? Vão me convocar para falar da adega do Farol no Alvorada ? (Clique aqui para ler sobre a chef Roberta e clique aqui para ler sobre o trepidante depoimento que posso dar)

Clique aqui para ler: “PIG: se Lula não reagir, cai”.

Clique aqui para ler "Não Coma Gato por Lebre".

Texto de Carlos Newton publicado na Tribuna da Imprensa em 18.02.2008

Brasília - O ministro João Otávio de Noronha, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), aceitou o agravo de instrumento interposto pelo advogado Luiz Nogueira, em nome da família Ortiz Monteiro, contra a decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro que indeferira a subida de recurso especial apresentado contra acórdão julgando prescrito o processo contra a família de Roberto Marinho para retomada do controle acionário da TV Globo de São Paulo (ex-Rádio e Televisão Paulista S/A).

Cabe agora aos ministros da 4ª TJustificarurma do STJ decidir sobre a validade e a legalidade da transferência do controle acionário da TV Globo de São Paulo para o empresário Roberto Marinho, obtida por meio de recibo em valor equivalente, à época, a apenas US$ 35 (trinta e cinco dólares) e por meio de procurações fotocopiadas em nome de acionistas falecidos, consideradas enganosas pelos herdeiros dos antigos controladores daquela emissora.

Esses documentos foram tidos como apócrifos e montados, segundo laudo do Instituto de Datiloscopia Del Picchia, já que os originais estariam desaparecidos. Com datas de 5 de dezembro de 1964 e 23 de julho de 1975, os documentos têm idêntico teor. Nas procurações, datadas de 1953 e 1964, estão inadvertidamente anotados os números de CPF dos representantes de Roberto Marinho, com endereços falsos.

Assim, a existência de fraude nessas procurações ficou mais do que comprovada, pois o cadastro de controle da Receita Federal, conhecido como CIC ou CPF, só foi instituído na década de 70 - portanto, era inexistente em 1953 e 1964 e jamais poderia ser inserido em procurações com fins específicos.

Erro judiciário

Apesar da abundância de provas sobre a falsificação dos documentos e outras ilegalidades, os herdeiros dos antigos controladores da emissora paulista acabaram derrotados em primeira e segunda instâncias no Judiciário do Rio de Janeiro, por alegada "prescrição de seu direito de ação".

Representados pelo advogado Luiz Nogueira, eles então interpuseram um recurso especial, indeferido pelo desembargador Celso Guedes, vice-presidente do Tribunal de Justiça, que assim deu por sepultada qualquer nova discussão sobre a complexa matéria no Judiciário do Estado do Rio de Janeiro.

Segundo o acórdão do TJ fluminense, os possíveis direitos dos autores de uma ação anulatória já estariam prescritos em 20 anos, conforme estabelecido no artigo 177 do Código Civil. Ocorre que a ação proposta pela família Ortiz Monteiro não era anulatória nem objetivava a invalidação de atos jurídicos, como decidido pela Justiça do Rio.

Na verdade, tratava-se de uma ação declaratória da inexistência de ato jurídico na suposta venda do controle acionário da TV Globo de São Paulo para Roberto Marinho e não uma simples ação anulatória, como equivocadamente ficou decidido pelo Judiciário do Rio de Janeiro. Portanto, configurou-se claramente a ocorrência de um surpreendente e patético erro judiciário no acórdão do Tribunal de Justiça fluminense, que julgou uma ação declaratória de inexistência de ato jurídico como se fosse uma ação anulatória.

Processo teve 80 folhas arrancadas

Nos autos da ação, que soma cerca de 5 mil páginas e agora tramita no STJ como recurso especial, a própria família Marinho destaca que nada comprou da família Ortiz Monteiro (confirmando a pertinência do processo visando à inexistência desse ato jurídico), já que Roberto Marinho teria adquirido a Rádio Televisão Paulista S/A, em 9 de novembro de 1964, de Victor Costa Júnior, que, de acordo com documentos do Ministério das Comunicações, nunca foi acionista da emissora.

Além disso, no processo administrativo federal de homologação da transferência do controle da TV Globo de São Paulo para o jornalista Roberto Marinho - existente no Ministério das Comunicações e com numeração flagrantemente irregular, porque cerca de 80 folhas foram arrancadas - não constam o instrumento particular de compra firmado com a família Victor Costa nem as procurações de acionistas falecidos e de seus respectivos herdeiros, as quais outorgariam poderes para que se procedesse à cessão de 52% do capital social da família Ortiz Monteiro para o novo acionista controlador.

Da mesma forma, o remanescente do capital social da ex-Rádio Televisão Paulista S/A (48% das ações), distribuído entre mais de 600 acionistas minoritários, dados pelos atuais controladores do canal de TV como mortos, desaparecidos ou desinteressados, também foi transferido para Roberto Marinho (novo titular dos 52% das ações), por intermédio de funcionários-diretores representantes do comprador, e a custo zero, ou melhor, a um cruzeiro por ação, isto em maio de 1977, quando a emissora em questão já alcançara valorização estratosférica.

Falsificações

Essa suposta manobra societária já foi alvo de investigação por parte do Ministério Público Federal (MPF), face a uma representação de iniciativa do ex-deputado estadual e radialista Afanasio Jazadji, tendo sido destacado pela Procuradoria Geral da República, em 25 de abril de 2003, que "à luz dos fatos exaustivamente narrados no feito, temos, em apertada síntese, que houve, na década de 60, transferência ilegal do controle acionário da atual TV Globo Ltda., visto ter a negociação se baseado em documentação grosseiramente falsificada".

"Resta, pois, investigar suposta ocorrência de irregularidade administrativa na transferência do controle acionário da emissora, visto a necessidade de autorização de órgão federal. Tal como se deu, esteado em documentação falsificada, o ato de concessão estaria eivado de nulidade absoluta. Em sendo assim, responderia o órgão federal responsável pela sua outorga por negligência - na medida em que se limitou a condicionar a concessão para funcionamento à regularização do quadro societário da empresa" -, assinala o parecer do Ministério Público Federal.

Em decorrência da aceitação do agravo de instrumento interposto pela família Ortiz Monteiro contra a TV Globo Ltda. e o espólio de Roberto Marinho, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro deverá remeter ao Superior Tribunal de Justiça, nos próximos dias, os 20 volumes da ação declaratória de inexistência de ato jurídico (e não de uma suposta ação anulatória, como decidido pelo Judiciário do Rio), para que um novo julgamento seja proferido pelo STJ, conhecido como o Tribunal da Cidadania.

Nulidade

Procurados para comentar a decisão do STJ pela reportagem da TRIBUNA DA IMPRENSA, único jornal a cobrir o andamento da importante ação, os herdeiros dos antigos controladores da ex-Rádio Televisão Paulista S/A (hoje, TV Globo de São Paulo) não quiseram dar entrevista. O advogado deles, Luiz Nogueira, limitou-se a reiterar o que já foi assinalado pelo Ministério Público Federal, reafirmando que "o ato de concessão ou de transferência do controle acionário da emissora, quando lastreado em documentação irregular, está eivado de nulidade absoluta, portanto, passível de anulação a qualquer tempo".

O defensor da família Ortiz Monteiro adiantou, ainda, que será encaminhado à Superintendência da Polícia Federal, à Corregedoria Geral da União, ao Ministério das Comunicações e às Comissões Técnicas do Congresso Nacional, para as providências cabíveis e obrigatórias, um dossiê completo, com peças extraídas dos autos do recurso especial, sobre as irregularidades e ilegalidades praticadas na viabilização da transferência do controle acionário da ex-Rádio Televisão Paulista S/A para seus novos controladores, apontadas em diversos laudos técnicos, entre os quais o relatório do Instituto Del Picchia de Datiloscopia e pareceres da Procuradoria da República em São Paulo.

No entender de especialistas em legislação de telecomunicações, a comprovação da transferência ilegal do controle acionário - no caso, configurando juridicamente um ato nulo na origem - põe em risco até mesmo a homologação do pedido de renovação da concessão em favor dos atuais concessionários e que vem sendo examinado pela administração federal.


O PSDB teve sua imunidade tributária suspensa e foi autuado em R$ 7 milhões após a Receita Federal detectar uso de notas fiscais frias durante a campanha à Presidência da República em 2002 do candidato José Serra. O valor das notas, emitidas por uma empresa fantasma e por outra "inidônea", somavam R$ 476 mil, segundo a Delegacia da Receita Federal de Brasília.

De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, que teve acesso aos documentos da auditoria nas contas do PSDB e do auto de infração, a empresa "inidônea", desativada desde 1996, estaria registrada como sendo Marka Serviços de Engenharia e pertenceria ao secretário-geral do PSDB (1999-2003), Márcio Fortes.

O jornal informa ainda que Fortes recebeu dois depósitos em sua conta pessoal de cheques do PSDB, nominais à Marka. A conta da funcionária do partido, Margarete Licassali Lucindo, também apresenta uma transferência eletrônica, no valor de R$ 44,5 mil, que seria o pagamento de uma das notas fiscais para a empresa Marka.

Os auditores da equipe especial de fiscalização identificaram 15 notas frias. De acordo com a Folha, quatro empresas incluindo a Marka e a fantasma Gold Stone Publicidade e Propaganda, emitiram notas que chegam ao valor de R$ 1,144 milhão.

Segundo os auditores, "a empresa está baixada desde 09/01/1996, e as notas foram emitidas em 2001 e 2003. Não pode o partido alegar que agiu de boa-fé, isto é, que não sabia da situação baixada da empresa, pois o responsável pela empresa perante a Receita Federal é o sr. Marcio João de Andrade Fortes, que, à época, era secretário-geral do partido".



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Paulinho canta "Nervos de Aço"

É o Estado, estúpido!

Texto de Emir Sader, no Blog do Emir, no dia 08/02/08

O clima político brasileiro continua agitado, com a reiteração das polarizações produzidas desde as denúncias de 2005 sobre o que a imprensa convencionou chamar de “mensalão”. De um lado, os partidos de oposição, com seu núcleo coesionador – PSDB e DEM – acompanhados de partidos aliados, como o PPS e tendo no bloco monopolista da grande mídia privada seu carro-chefe -, de outro o governo e expressões da mídia alternativa.

Pela tensão, pela violência dos ataques, pela reiteração das acusações, poderia parecer que o país vive um clima de forte polarização social e política, com dois projetos de sociedade em oposição frontal. Mas quando se olha para os fatores estruturais, constatamos que existe um modelo econômico consensual entre as grandes forças políticas – as mesmas que se envolvem diretamente nesses embates -, políticas sociais que não são questionadas, porque representam inquestionavelmente uma melhoria de vida da massa pobre do país e que incentiva a expansão do mercado interno. Enquanto isso, o país vive um período de poucas convulsões sociais, como se a energia se perdesse pelas beiradas do caldeirão social, canalizada para a violência cotidiana e não para grandes lutas populares.

Então de onde vem e a que corresponde essa virulência da oposição ao governo? Por que até mesmo uma parte significativa do grande empresariado, atendido pelo modelo econômico, se soma à campanha opositora? Por que a afirmação de setores radicalizados da esquerda de que se trata de um governo neoliberal não consegue dar conta do enfrentamento central do campo político em todo o período político atual? O que está em jogo? O que se disputa, além de cargos eleitorais?

O neoliberalismo reconstruiu o campo político, concentrando todas as energias negativas no Estado – responsável pela estagnação econômica, pela falta de dinamismo, pelo confisco dos recursos dos indivíduos, pela ineficácia nas políticas sociais, etc., etc. O Estado mínimo deveria concentrar seus recursos e esforços no incentivo à expansão do capital que, nos seus desdobramentos – dado o dinamismo e o protagonismo central que passou a ser atribuído às empresas, uma forma de designar ao mercado – produziria crescimento econômico, modernização tecnológica, diminuição da arrecadação tributária, expansão do mercado externo, geração de empregos, aumento da capacidade de consumo, etc. etc. Como já se disse tantas vezes, um Estado mínimo para a grande maioria – que depende de políticas sociais – e um Estado máximo para o capital, com a privatização dos lucros e, quando houver prejuízos, sua socialização.

O que incomoda centralmente à oposição, refletido nas manchetes e campanhas da imprensa opositora, presente nos seus colunistas, soldados das causas do bloco direitista de oposição? A alta taxa de juros? A lentidão na reforma agrária? O incentivo aos agro-negócios e o uso extensivo dos trangênicos? A injusta tributação, que concentra renda, ao invés de redistribuir? A repressão às rádios comunitárias? A falta de demarcação das terras indígenas? A não abertura dos arquivos da ditadura?

Não. O foco reiterado da oposição está nos “gastos excessivos do governo”, na contratação de mais funcionários públicos, na carga tributária, no que chamam de “aparelhamento do Estado” - que na realidade se trata da designação por critério político no preenchimento de cargos -, as normas que disciplinam atividades econômicas, etc. Em suma, tudo o que seja fortalecimento do papel do Estado, seja pelo aumento de seus funcionários, pela sua melhor remuneração, pelo combate à terceirização e formalização dos contratos, pelo incentivo ao consumo popular, pelo papel regulador do Estado.

A “livre circulação do capital” segue sendo a utopia da direita. Que o capital circule e a sociedade se povoará de felicidades! Que o Estado seja reduzido à sua mínima expressão: sem impostos, sem funcionários, sem leis, sem instituições políticas, sem partidos, que as eleições sejam o mais parecido possível a um shopping-center e os candidatos a vendedores de mercadorias, a ideologia reduzida a marketing, o cidadão transformado em consumidor, os direitos em bens negociáveis na compra e venda, a sociedade identificada com o mercado.

O que está em disputa – daí o tom virulento, pela importância que segue tendo – é o Estado, o aparato de Estado, que deveria continuar se debilitando, como aconteceu em toda a década anterior. Que siga a privatização, chegando a hora da Petrobrás, do Banco do Brasil, da Eletrobrás, da Caixa Econômica Federal. Que o Estado siga servindo única e exclusivamente aos interesses das grandes corporações privadas – da indústria, dos bancos, da terra, da mídia, do comércio.

A plataforma da direita tem, como primeiro item, a diminuição dos impostos, base econômica do Estado. Daí a campanha contra a CPMF, contra o “inchamento” do aparelho de Estado, contra as normas estatais – que atrasariam, por exemplo, com as normas ambientais, a liberação de licenças de investimentos, contra os aumentos de salários dos servidores públicos. Pela independência do Banco Central, pelo superávit fiscal.

Menos Estado, em ultima instância, porque o Estado organiza os cidadãos, que são sujeitos de direitos. Menos Estado e mais mercado, que organiza consumidores, medidos não por direitos – que não são reconhecidos pelo mercado -, mas pela capacidade de consumo.

As classes dominantes que sempre detiveram poder sobre o Estado, ressentem não poder fazê-lo a seu bel prazer. Na última vez que haviam perdido o controle sobre o aparelho de Estado – no governo Jango, de 1961 a 1964, há quase meio século – se puseram imediatamente a preparar o golpe militar, com o apoio desses mesmos órgãos de imprensa – Folha de São Paulo, Estadão, Globo, entre outros. Recuperaram o poder sobre o Estado, que foi militarizado e se colocou completamente à disposição do grande empresariado privado nacional e estrangeiro.

Conseguiram transitar de forma impune à democracia liberal, tanto militares, quanto empresários, incluindo os órgãos da imprensa que haviam pregado o golpe militar e apoiado a ditadura. Encontraram em Collor e em FHC seus novos heróis, este, quando afirmou o que acreditavam fosse uma frase definitiva: o sociólogo das elites brancas dos jardins paulistas disse que ia “virar a página de getulismo”, conclamando à vingança tardia de 1932. Fizeram o que bem entenderam, se apropriaram de várias das maiores empresas estatais brasileiras a preço de banana – saneadas pelo BNDES, que ao mesmo tempo lhes emprestava a juros baixos para comprar as empresas. Puderam ter mão de obra precária, financiamentos generosos, chegaram a mudar o nome da Petrobrás para Petrobrax, preparando-a para se tornar empresa “global” e privatizá-la.

Acostumadas a usar o Estado como “comitê executivo das classes dominantes” – conforme a expressão de Marx no Manifesto Comunista – acusam o golpe de perder esse controle absoluto. Seguem ocupando espaços determinantes no aparato de Estado – a começar pelo estratégico Banco Central -, além de serem contemplados por créditos fáceis e incentivos amplos, mas para quem sentia o Estado como seu território, para nomear a quem quisessem, privatizar o que desejassem, acusam o golpe e se tornam raivosamente e totalitariamente opositores furibundos.

Não perdoam aos que os derrotaram duas vezes, não importa que se vingam ao ver políticas suas reproduzidas no governo que os derrotou. Não lhes basta.

A campanha de denúncias morais vai na mesma direção de criminalizar o Estado, quando os maiores escândalos contemporâneos são protagonizados por empresas privadas, entre elas os bancos. Não importa o que seja, como seja, são os neo-conservadores no Brasil, defensores do mercado contra o Estado – o verdadeiro tema de disputa, cuja importância explica a virulência das agressões opositoras, na sua ânsia de recuperar o que consideram seu, por definição – o Estado brasileiro.

Publicada em 3 DE FEVEREIRO DE 2008 - 17h49, no Vermelho

A TV Globo e o deputado federal Rodrigo Maia, presidente do DEM (ex-PFL), foram condenados a indenizar Luiz Carlos da Silva em R$ 100 mil por danos morais. Ele foi exposto no caso do "mensalão" ao ter seu nome divulgado em uma lista de pessoas que estiveram na agência do Banco Rural situada no Brasília Shopping, onde eram realizados os supostos saques de alegadas mesadas pagas a deputados pelo empresário Marcos Valério. A decisão é do juiz da 4ª Vara Cível de Brasília, Robson Barbosa de Azevedo.
A emissora, segundo informações do TJ-DF (Tribunal de Justiça do Distrito Federal), está obrigada também a divulgar o inteiro teor da sentença nos mesmos programas nos quais foi divulgada a lista que originou o dano moral, no prazo de 60 dias, sob pena de multa de R$ 50 mil por dia de descumprimento da ordem judicial. Os réus ainda podem recorrer da sentença.
O autor da ação diz que, segundo as matérias veiculadas pela TV Globo no dia 15 de julho de 2005, a lista de nomes de pessoas que compareceram à agência bancária na qual Marcos Valério realizava o suposto depósito foi elaborada pelo deputado federal Rodrigo Maia.
Segundo ele, seu nome, com sua qualificação de assessor do deputado Wasny de Roure constou na lista - o que lhe causou vexame e mal-estar por ser fato inverídico. Luiz Carlos da Silva explicou que descobriu posteriormente se tratar de outra pessoa, um homônimo, que nunca exerceu cargo de assessor parlamentar, como era o seu caso. Luiz Carlos da Silva alega ainda que a matéria exorbitou os princípios da liberdade de imprensa, pois não houve cautela diante da dimensão da notícia, que atentou contra seus direitos de cidadão.
No entendimento do juiz Robson de Azevedo, o modo como a notícia foi divulgada, vinculando a lista de nomes ao "mensalão", foi tendencioso, induzindo ao entendimento de que todas as pessoas citadas estavam envolvidas com o suposto esquema objeto de investigações por Comissão Parlamentar de Inquérito, apesar de ter-se ressaltado que Luiz Carlos da Silva não efetuou saques na data em que compareceu à agência bancária.
"Nesses termos, ainda que aplicável a Lei de Imprensa, não se pode olvidar o fato de que o interesse público e o direito à informação não podem subsidiar informações inverídicas e tendenciosas", afirma o magistrado, segundo o qual, se não houve saques pelo autor, a divulgação de seu nome foi precipitada e desnecessária.
Conforme o juiz, a divulgação apressada da lista de nomes, sem a verificação dos motivos da presença das pessoas na agência bancária, que é local público, caracteriza dano de natureza extrapatrimonial, ainda que a imagem das pessoas não tenha sido utilizada.
Para o magistrado, a liberação da lista pelo deputado Rodrigo Maia em favor da emissora de TV, ainda que tenha ressalvado o caráter preliminar da mesma, demonstra a atitude culposa do parlamentar, a quem incumbia a discrição necessária no exercício do mandato que desempenha, tendo em vista sua participação em Comissão Parlamentar de Inquérito para apuração dos fatos. Segundo o magistrado, o mau uso da lista feito pela TV Globo decorreu da atitude inicial do deputado Rodrigo Maia, ao divulgá-la.

Da Redação, com informações do Consultor Jurídico

1ª Parte

2ª Parte


Via Olhos Eternos

Dinheiro da CIA para FHC

Texto de Sebstião Nery, publicado na Tribuna da Imprens Online



"Numa noite de inverno do ano de 1969, nos escritórios da Fundação Ford, no Rio, Fernando Henrique teve uma conversa com Peter Bell, o representante da Fundação Ford no Brasil. Peter Bell se entusiasma e lhe oferece uma ajuda financeira de 145 mil dólares. Nasce o Cebrap".

Esta história, assim aparentemente inocente, era a ponta de um iceberg. Está contada na página 154 do livro "Fernando Henrique Cardoso, o Brasil do possível", da jornalista francesa Brigitte Hersant Leoni (Editora Nova Fronteira, Rio, 1997, tradução de Dora Rocha). O "inverno do ano de 1969" era fevereiro de 69.
Fundação Ford

Há menos de 60 dias, em 13 de dezembro, a ditadura havia lançado o AI-5 e jogado o País no máximo do terror do golpe de 64, desde o início financiado, comandado e sustentado pelos Estados Unidos. Centenas de novas cassações e suspensões de direitos políticos estavam sendo assinadas. As prisões, lotadas. Até Juscelino e Lacerda tinham sido presos.

E Fernando Henrique recebia da poderosa e notória Fundação Ford uma primeira parcela de 145 mil dólares para fundar o Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento). O total do financiamento nunca foi revelado. Na Universidade de São Paulo, sabia-se e se dizia que o compromisso final dos americanos era de 800 mil a um milhão de dólares.
Agente da CIA

Os americanos não estavam jogando dinheiro pela janela. Fernando Henrique já tinha serviços prestados. Eles sabiam em quem estavam aplicando sua grana. Com o economista chileno Faletto, Fernando Henrique havia acabado de lançar o livro "Dependência e desenvolvimento na América Latina", em que os dois defendiam a tese de que países em desenvolvimento ou mais atrasados poderiam desenvolver-se mantendo-se dependentes de outros países mais ricos. Como os Estados Unidos.

Montado na cobertura e no dinheiro dos gringos, Fernando Henrique logo se tornou uma "personalidade internacional" e passou a dar "aulas" e fazer "conferências" em universidades norte-americanas e européias.

Era "um homem da Fundação Ford". E o que era a Fundação Ford? Uma agente da CIA, um dos braços da CIA, o serviço secreto dos EUA.
Quem pagou

Acaba de chegar às livrarias brasileiras um livro interessantíssimo, indispensável, que tira a máscara da Fundação Ford e, com ela, a de Fernando Henrique e muita gente mais: "Quem pagou a conta? A CIA na guerra fria da cultura", da pesquisadora inglesa Frances Stonor Saunders (editado no Brasil pela Record, tradução de Vera Ribeiro).

Quem "pagava a conta" era a CIA, quem pagou os 145 mil dólares (e os outros) entregues pela Fundação Ford a Fernando Henrique foi a CIA. Não dá para resumir em uma coluna de jornal um livro que é um terremoto. São 550 páginas documentadas, minuciosa e magistralmente escritas:

"Consistente e fascinante" ("The Washington Post"). "Um livro que é uma martelada, e que estabelece em definitivo a verdade sobre as atividades da CIA" ("Spectator"). "Uma história crucial sobre as energias comprometedoras e sobre a manipulação de toda uma era muito recente" ("The Times").
Milhões de dólares

1 - "A Fundação Farfield era uma fundação da CIA... As fundações autênticas, como a Ford, a Rockfeller, a Carnegie, eram consideradas o tipo melhor e mais plausível de disfarce para os financiamentos... permitiu que a CIA financiasse um leque aparentemente ilimitado de programas secretos de ação que afetavam grupos de jovens, sindicatos de trabalhadores, universidades, editoras e outras instituições privadas" (pág. 153).

2 - "O uso de fundações filantrópicas era a maneira mais conveniente de transferir grandes somas para projetos da CIA, sem alertar para sua origem. Em meados da década de 50, a intromissão no campo das fundações foi maciça..." (pág. 152). "A CIA e a Fundação Ford, entre outras agências, haviam montado e financiado um aparelho de intelectuais escolhidos por sua postura correta na guerra fria" (pág. 443).

3 - "A liberdade cultural não foi barata. A CIA bombeou dezenas de milhões de dólares... Ela funcionava, na verdade, como o ministério da Cultura dos Estados Unidos... com a organização sistemática de uma rede de grupos ou amigos, que trabalhavam de mãos dadas com a CIA, para proporcionar o financiamento de seus programas secretos" (pág. 147).
FHC facinho

4 - "Não conseguíamos gastar tudo. Lembro-me de ter encontrado o tesoureiro. Santo Deus, disse eu, como podemos gastar isso? Não havia limites, ninguém tinha que prestar contas. Era impressionante" (pág. 123).

5 - "Surgiu uma profusão de sucursais, não apenas na Europa (havia escritorios na Alemanha Ocidental, na Grã-Bretanha, na Suécia, na Dinamarca e na Islândia), mas também noutras regiões: no Japão, na Índia, na Argentina, no Chile, na Austrália, no Líbano, no México, no Peru, no Uruguai, na Colômbia, no Paquistão e no Brasil" (pág. 119).

6 - "A ajuda financeira teria de ser complementada por um programa concentrado de guerra cultural, numa das mais ambiciosas operações secretas da guerra fria: conquistar a intelectualidade ocidental para a proposta norte-americana" (pág. 45). Fernando Henrique foi facinho.

Fonte: Blog do Oni Presente



FHC, além da aposentadoria no Senado, recebia, ao final de seu mandato, em 2002, R$ 8.500 na Presidência da República e R$ 4.500 como professor aposentado da Universidade de São Paulo (USP). Como todas as suas despesas – de alimentação a viagens – são pagas pelo contribuinte, ainda temos que nos esforçamos um pouquinho mais para lhe custear as despesas com COMBUSTÍVEIS.

Agora, não entendo o motivo dele querer acabar com a CPMF, pois assim corre o risco de ficar sem o seu JABACULÊ. Todos sabemos que em matéria de inteligência, FHC é um fenômeno... sua vaidade de PAVÃO provoca verdadeiros apagões em sua mente, e o resultado é isso aí. Ou então, a sua cara-de-pau é tamanha, que não mede as consequências de suas atitudes.

(Clique na imagem para fazer o download - Upload feito por "Juinho" - no "The Rebels")

Ótima banda brasileira de Funk/Soul, formada por 10 integrantes.
Entre os convidados desse cd está a magnífica Paula Lima. Ah, Fernanda Abreu também participa.
Muita coisa boa é produzida no País, só que não aparece na mídia, sempre interessada em fazer dos nossos ouvidos a latrina fonográfica do Estados Unidos.

Lá no youtube tem vários vídeos deles, a maioria feita por fãs.
Aí vai uma música deles (não é clipe ou apresentação, é só a música).

Fonte: CUT

Tudi, presidente da Contracs/CUT
O ramo de comércio e serviços é o que mais cresce no país, impulsionado principalmente pela expansão da economia, que oportuniza novos negócios, novos serviços e novas áreas de atuação para os trabalhadores/as. Mas também está entre os ramos com maior jornada de trabalho e com mais alto nível de exploração.

Em defesa da redução da jornada de trabalho sem redução de salário, a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços (Contracs/CUT) está convocando junto com a Central Única dos Trabalhadores e as demais centrais uma grande coleta de assinaturas em apoio à medida, a partir das 10 horas, em frente ao Teatro Municipal, no centro da capital paulista.

De acordo com Lucilene Binsfeld (Tudi), presidente da Contracs/CUT, estudos da subseção do Dieese na entidade apontam que a redução da jornada deve gerar mais de 1,3 milhão de empregos no Ramo do comércio e serviços. "O movimento sindical tem condições de conquistar muitos apoios. Trabalhando a base e investindo na consciência de toda a sociedade vamos conseguir muito mais que 1 milhão de assinaturas. Uma sociedade consciente adere às lutas, reivindica e valoriza a classe trabalhadora", acrescentou.

"Com a redução da jornada de trabalho, os trabalhadores no comércio e serviços terão mais qualidade de vida, direito ao descanso e à vida social, coisas a que estão alijados pela terrível carga horária que cumprem diariamente. Só no setor de serviços, a redução da jornada de trabalho deve gerar, de acordo com informações da RAIS 2006, 764.834 novas vagas e no setor de comércio 602.788 novos empregos", explica Djalma Sutero, Secretário de Políticas Sindicais da Contracs/CUT e presidente do Sindilimpeza da Baixada Santista (SP).

Dados recém-divulgados do CAGED demonstram que o setor de serviços foi o que mais gerou empregos em 2007, com 587.103 novos postos de trabalho, seguido do comércio que apresentou 405.091 novos postos com carteira assinada. O Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) reúne as informações dos trabalhadores contratados sob o regime da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), mas exclui os trabalhadores domésticos.


"Todos esses dados mostram a importância dos nossos setores para o desenvolvimento da economia do país. Precisamos ser ouvidos", chama a atenção Maria Isabel Caetano dos Reis, Secretária de Organização de Categoria da Contracs e Presidente do Sindiserviços de Brasília.

A força do comércio e serviços

Já há um engajamento muito grande dos sindicatos e federações na campanha contra o trabalho aos domingos, um dos principais fatores de opressão ao trabalhador de comércio e serviços, lembra José Vanilson Cordeiro.

"Agora, vamos abarcar uma luta maior: a da redução da jornada de trabalho em geral. Vamos continuar nas ruas, fazendo o trabalho de base e buscando algo maior que é a consciência dos cidadãos", completa o dirigente.

O ramo é repleto de histórias de trabalhadores que devido à extensa jornada acabam não tendo mais condições físicas e emocionais para continuar no trabalho. "Depois de enfrentar durante anos, 10 ou 12 horas de jornada diária, quem tem chance muda de área, quem não tem chance muitas vezes padece de doenças ocupacionais e psíquicas", enfatiza Geralda Godinho Sales, secretária-geral da Contracs e presidente do Sindicato dos Comerciários do DF.

"Por isso nossa luta pelo fim do trabalho aos domingos ganhou as ruas, conquistou os trabalhadores do ramo e a simpatia dos trabalhadores de outras áreas. Muitos trabalhadores e até consumidores foram sensibilizados pela campanha contra o trabalho aos domingos. Se hoje as pessoas sabem o que é o drama do trabalho aos domingos, é porque investimos em campanhas, camisetas, materiais de divulgação e nossos sindicatos realizaram passeatas, mobilizações, shows, carreatas, audiências públicas, ou seja, fizemos pressão em todos os níveis", cita Geralda.

Precisamos ir mais longe, destaca Lucilene. "Consciência é a palavra chave. Criar consciência é muito difícil. É nosso desafio. Já avançamos e conquistamos muitos/as companheiros/as com a luta contra o trabalho aos domingos. Agora precisamos ir mais longe e reduzir a jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais com o apoio da sociedade!".

www.contracscut.org.br

Fonte: BBCBrasil


Mulheres seriam mais prejudicadas por jornadas longas

Uma pesquisa do governo de Barcelona concluiu que uma jornada de trabalho de mais de 40 horas semanais causa danos físicos e emocionais à saúde, principalmente no caso das mulheres.

O estudo, que será publicado nesta semana na revista Scandinavian Journal of Work, Environment & Health, indicou que o excesso de horas de trabalho tem conseqüências como ansiedade, depressão e problemas cardíacos.

Os pesquisadores acompanharam 2.792 pessoas de diversas profissões e classes sociais durante um ano.

A Agência de Saúde Pública de Barcelona concluiu que as mulheres são as mais prejudicadas porque acumulam mais funções entre casa e trabalho e "emocionalmente respondem pior à pressão".

Sono e ansiedade

De acordo com os cientistas, uma longa jornada de trabalho, a partir de 40 horas por semana, afeta os homens principalmente por meio de distúrbios no sono.

Já as mulheres mostram mais sintomas como hipertensão, ansiedade, aumento de probabilidade de fumar, restrição de outras atividades de ócio e de prática de exercício e uma insatisfação geral. Também foram observados transtornos psíquicos e hormonais.

A pesquisa chamada Perspectiva de gênero na análise da relação entre longas jornadas de trabalho, saúde e percepção do próprio estado de saúde, demonstrou que os homens têm cargas horárias maiores: 30,4% deles disseram trabalhar por mais de 40 horas, contra 17,1% de mulheres.

Mas as trabalhadoras dividem mais o tempo entre as tarefas domésticas e o trabalho fora de casa: 34,4% contra 9,2% de homens.

Classe

Em relação ao nível sócio-econômico, as mulheres de classes mais baixas são as que trabalham mais horas.

No caso dos homens é o contrário. Quanto mais alto o cargo de responsabilidade e o status salarial, maior é a carga horária. Na mesma proporção aumentam os riscos de problemas de saúde, já que segundo o estudo, são trabalhadores que dormem menos de seis horas ao dia.

Horas extras e falta de condições adequadas (baixos salários, excesso de pressão, carência de materiais, ambiente ruim) afetam a saúde das mulheres de pior qualificação profissional, principalmente do setor de serviços, segundo a pesquisa.

"As funcionárias de comércios, pequenas empresas, indústrias, bares e restaurantes são o coletivo mais vulnerável que precisaria de maior atenção pública em atividades de prevenção", afirmaram os cientistas.

O estudo indicou ainda que as mulheres separadas e divorciadas triplicam as horas de trabalho comparadas com os homens no mesmo estado civil.

CéU - (CéU)


Esse cd não pára de tocar aqui em casa.
Conhece?
Ói aqui.*

Céu é uma das cantoras que mais tem tirado fôlego dos amantes da boa música brasileira. Ela tem uma voz marcante. Consegue ser uma das poucas cantoras novas que não tem o timbre parecido com a Adriana Calcanhotto ou com a Ana Carolina. Uma musicalidade maravilhosa. Bah, bom mesmo.
E como é linda.
Já no álbum de estréia (o do linque) conseguiu ficar em ótima colocação no ranking da Revista Billboard, em primeiro lugar em vários outros rankings de ábuns alternativos, ter música em novela e ter boa vendagem. Até o Caetano disse que "CéU é o futuro da MPB".
E alguns videozinhos no youtube.


Céu - Lenda

Céu - Malemolência

* Achei esse linque por mecanismos de busca. Não fui eu quem o "upei". @ autor(a) do "upload", caso queira, é só me avisar que coloco os devidos créditos. E quem puder, compre o cd dela. Não adianta ela produzir um cd bacana e não ter um retorno por isso.

texto de Vanessa Gonçalvez, publicado no site O Rebate

"Você corta um verso/ Eu escrevo outro.
Você me prende vivo/ Eu escapo morto.
De repente, olha eu de novo/ Perturbando a paz
Exigindo o troco."
(Pesadelo - Maurício Tapajós e Paulo César Pinheiro)

A tortura é filha do poder, não da malvadeza. De forma mascarada, a ditadura firmou-se no Brasil através da força. Enganam-se aqueles que acreditam que a tortura instalou-se no país após o AI-5, em 1968. A ditadura mostrou sua força e suas intenções desde o dia do golpe.

O primeiro caso de tortura que se tem conhecimento ocorreu ainda em 1964, tendo como vítima o líder comunista Gregório Bezerra, que foi arrastado pelas ruas de Pernambuco, além das torturas sofridas na prisão. Na época, esse e outros casos foram denunciados pela imprensa - que ainda não havia sido tocada pela pena da censura - e o General Camilo Castello Branco, após uma breve e parcial investigação veio a público e afirmou: "Não existe tortura no Brasil".

Com o passar do tempo o regime ganhou opositores, que através da luta armada tentaram impedir que o período de exceção se prolongasse. E, diante de tal oposição, a tortura deixou de ser apenas um elemento de repressão e persuasão e tornou-se uma ferramenta eficiente de trucidamento e eliminação da oposição.

Enquanto o governo negava a existência da tortura nas prisões e quartéis, ela era institucionalizada pelos órgãos de repressão, tornando-se matéria de ensino e prática rotineira dentro da máquina militar de repressão política da ditadura.

Como uma praga, a tortura instalou-se nos porões da ditadura transformando-se no maior desastre da história do Brasil.

A desculpa para o que não tem perdão

"Era uma guerra, depois da qual foi possível devolver a paz ao Brasil. (...) Se não aceitássemos a guerra, se não agíssemos drasticamente, até hoje teríamos o terrorismo". Com essa frase, o ex-presidente General Emílio G. Médici defendida a prática da tortura no Brasil, mais de dez anos após o fim da ditadura.

Mas não há desculpa para o que não tem perdão. Nada justifica que a prática da tortura tenha se transformado em política de Estado.

O raciocínio justificativo dos militares era um só: "era essencial reprimir não importando se o método adotado era adequado".

O fato é que esse raciocínio amparava-se na exarcebação da ameaça, já que no Brasil, nem de longe, o "surto terrorista" atingiu a dimensão que lhe foi atribuída.

E nessa retórica da ditadura de negação da tortura para a sociedade e de sua prática nos porões para aniquilar a oposição, inúmeras pessoas foram seviciadas para ceder informações e centenas mortas por não suportar o tratamento desumano aplicado pelos agentes de repressão.

O Brasil tornou-se especialista no assunto, tanto é que re-elaborou alguns métodos, desenvolveu tantos outros e repassou a outras ditaduras latino-americanas seu aprendizado através das aulas de tortura, em que se utilizavam presos políticos como cobaias. O resultado são os milhares de mortos e desaparecidos nesses países.

Vergonha nacional

A tortura como política de Estado contava com uma ampla rede de colaboradores que ajudavam os órgãos de repressão a camuflar as mortes ocorridas por sua causa.

Alguns dos responsáveis por ajudar a ditadura em suas mentiras foram os médicos legistas que assinavam laudos encobrindo os sinais e as mortes sob torturas. Os mais comprometidos nesse esquema eram Harry Shibata e Isaac Abramovitch.

A farsa dos laudos necroscópicos fraudados só foi desmascarada definitivamente na década de 90. Até então, somente alguns casos de morte sob torturas caíram em conhecimento público.

Um dos casos que causou grande repercussão foi a morte do estudante de medicina e guerrilheiro da ALN Chael Charles Scheirer. Segundo os órgãos de repressão, Chael foi morto em confronto com a polícia, mas não foi bem assim que morreu. Chael foi preso e torturado até a morte. Seu laudo necroscópico não apontava marcas de tortura e a verdadeira causa da morte. No entanto, os militares não sabiam que Chael era judeu e que para sepultá-lo seria realizado um ritual de lavagem do corpo. Foi nesse momento que seus familiares descobriram a real causa de sua morte.

Além do caso de Chael Scheirer, outros que ganharam repercussão foram as mortes sob torturas do jornalista Wladimir Herzog e do operário Manuel Fiel Filho, provando, assim, que a ditadura torturava e matava.

Há relatos impressionantes, que mostram como a tortura era violenta. Vejamos a alguns deles:

* Aurora Maria do Nascimento Furtado - militante da ALN, foi presa em uma emboscada em que matou um policial e feriu outro. Revoltados, seus algozes a penduraram no pau-de-arara, mesmo com o braço estraçalhado por um tiro. Assim que foi pendurada, houve fratura exposta. Como Aurora não dava informação alguma, aplicaram nela a chamada "Coroa de Cristo". Trata-se de um torniquete de aço que pressionava o crânio. A violência foi tanta, que Aurora perdeu a vida com afundamento do crânio e um olho saltando da órbita tamanha foi a pressão do torniquete.

* Sônia Maria de Moraes Angel Jones - presa juntamente com seu companheiro Antônio Carlos Bicalho Lana, foi cruelmente torturada. Teve os seios arrancados na tortura e morreu após ter introduzido em sua vagina um cassetete que lhe perfurou os órgãos internos, causando hemorragia. O mais cruel de tudo, é que entregaram à família o cassetete que causou a morte de Sônia.

A questão é que a tortura, disseminada pela ditadura na década de 60, espalhou-se pelo país e tornou-se prática comum e, até os dias de hoje, é utilizada pela polícia em interrogatórios.

Muito mais que uma ferramenta de repressão, a tortura foi o começo do fim da utopia de um sonho lindo de libertação nacional. E, como dizia Ernesto "Che" Guevara: "A única coisa em que eu creio é que nós temos que ter a suficiente capacidade de destruir todas as opiniões contrárias baseados em argumentos, ou, se não, deixar que todas as opiniões se expressem. Opinião que temos que destruir com pancada é opinião que tem vantagem sobre nós". Por isso, diga não à tortura! TORTURA, NUNCA MAIS!


Vanessa Gonçalves da Silva é jornalista formada na Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (Unesp) e mestranda em História Social na Universidade de São Paulo (USP) onde realiza uma dissertação sobre o papel e a importância das mulheres na luta armada no Brasil (1964-1985).

Contato: vangoncalves@gmail.com


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